No período de 14 a 18 de agosto ocorreu o Exercício Geral de Emergência Nuclear da Usina Nuclear de Angra dos Reis. Nesta atividade, coordenada pelo Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON), vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), participaram equipes provenientes de instituições civis e militares. O principal objetivo dessa operação foi a prática de protocolos de ação conjunta em cenários simulados de emergência nuclear.
Neste ano, o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Organização Militar subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), atuou no exercício de emergência com uma equipe composta de 10 especialistas. Foram aplicadas as competências de Prognóstico da propagação da pluma radioativa, com auxílio do software de simulação ARGOS, para apoiar ações de planejamento de missões e controle do espaço aéreo. O IEAv também empregou drone para a realização de monitoramento de radiação, permitindo a avaliação in loco da presença de material radioativo na atmosfera ou seu depósito no solo.
Estas capacidades estão sendo aperfeiçoadas por meio do Projeto ERISA-D (Efeitos Nocivos da Radiação Ionizante em Tripulações, Sistemas Aeroespaciais e Defesa) que possui, dentre suas linhas de pesquisa, o Desenvolvimento de Tecnologias DBNQR (Defesa Biológica, Nuclear, Química e Radiológica).
O treinamento contou com o apoio remoto do Serviço de Proteção Radiológica do IEAv (SPR/IEAv) na realização das simulações computacionais por meio do Laboratório de Simulação de Plumas, bem como o apoio da equipe do Projeto PITER-N (Processamento de Imagens em Tempo Real em período Noturno) do IEAv, embarcando o sensor de captura de dados de radiação em Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) de pequeno porte, do mesmo Instituto.
As imagens abaixo ilustram alguns momentos representativos dos esforços empreendidos durante o exercício. Uma delas retrata a simulação de uma pluma hipotética, enquanto a outra apresenta os resultados do monitoramento ambiental de radiação, realizado por meio de um drone.
Resultado da simulação de pluma radiológica hipotética
Rota do drone realizando um monitoramento ambiental
Na ocasião, os Projetos ADS e PITER-N protagonizaram a coleta de dados e imagens destinada a testar algoritmos de posicionamento por imagens e fusão de dados, fazendo uso integral do Framework desenvolvido nas instalações do IEAv. Além disso, a integração dos sensores e captura dos dados radiológicos só foi possível devido à colaboração bem-sucedida entre os projetos mencionados.
Reconstrução de trajetória por meio de algoritmo de estimação de posição
Sensor de radiação do Projeto ERISA-D integrado ao drone dos projetos ADS e PITER-N
Fonte: Dr Claudio Federico e Maj Av Carvalho (Divisão de Energia Nuclear do IEAv)
Revisão: Assessoria de Comunicação Social do DCTA e IEAv
Fotos: Arquivo da Divisão de Energia Nuclear do IEAv