No último sábado, 18 de dezembro, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) realizou a cerimônia de formatura de 118 novos engenheiros, formandos da turma 2021, dos cursos de Engenharia Aeronáutica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Mecânica-Aeronáutica, Engenharia Civil-Aeronáutica, Engenharia da Computação e Engenharia Aeroespacial.
Presidida pelo Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara, a solenidade contou com as presenças do Reitor do ITA, Professor Doutor Anderson Ribeiro Correia, de Oficiais-Generais da Força Aérea Brasileira e de representantes da Marinha do Brasil, além de outras autoridades militares e civis que prestigiaram o evento.
Neste ano, o Instituto formou 80 civis e 38 militares. Um dos destaques e momentos mais aguardados da cerimônia é a premiação anual, realizada pelo Instituto, das Láureas Magna Cum Laude, para os que tenham obtido média geral (MB) acima de oito e meio com no mínimo 50% de notas de disciplina louvor (L), ou seja, acima de nove e meio; e Summa Cum Laude, láurea máxima, outorgada aos formandos que obtiveram média geral louvor (L), isto é, média geral igual ou superior a nove e meio na escala de zero a dez. Na turma de 2021, 8 alunos registraram a média necessária para a Magna Cum Laude e 8 alcançaram a média louvor para a Summa Cum Laude. Desde o início do Instituto até a presente data, foram concedidas 58 láureas Magna Cum Laude e 41 Summa Cum Laude.
O paraninfo de 2021, Sidney Breyer, iteano da turma de 1993, empreendedor e investidor de diversas iniciativas, discursou para os formandos e compartilhou um pouco de sua experiência vitoriosa de vida. Sidney resumiu seu discurso nas seguintes palavras: gratidão, possibilidades, aprendizado e ação. Conforme proferido aos novos engenheiros, “intenção sem ação é ilusão”, instigando-os a colocarem em prática todo o aprendizado adquirido já ao término da cerimônia de formatura.
Momento marcante da solenidade foi a homenagem concedida ao patrono da turma. O professor da Divisão de Computação (IEC), Fábio Carneiro Mokarzel, falecido em 2021, foi o escolhido neste ano e, na cerimônia, esteve representado por sua filha e esposa, Ilda Alves dos Santos Mokarzel.
Durante o discurso como orador da turma, o engenheiro Pedro Guttierrez Silveira agradeceu ao ITA pelo apoio e, especialmente, aos colegas por todos os momentos vividos e compartilhados. “Com a grande honra de se formar no ITA, carregamos a grande responsabilidade de nos formarmos no ITA. Quanto ao sucesso e ao brilho de todos vocês, ninguém aqui tem a menor dúvida: vocês são o ITA. Façam disso uma oportunidade de deixar um mundo melhor do que esse que encontramos quando chegamos aqui”, declarou emocionado a todos.
Para finalizar a cerimônia, o Diretor-Geral do DCTA desejou suas felicitações aos formandos, ressaltando o orgulho e o sentimento de emoção a cada diploma do ITA que assina. Destacou o papel fundamental da família nessa caminhada e agradeceu por confiarem aos cuidados da instituição seus bens mais preciosos. “Formandos, ao deixarem esse centro de conhecimento, continuem perseverando na busca pelo conhecimento, por meio da pesquisa e da inovação, mas não se esqueçam das ações! Muitos dos produtos da FAB, que agregam alta densidade tecnológica nas esferas civil e militar, tornaram-se possíveis, direta ou indiretamente, em virtude da formação dos engenheiros do ITA ao longo das últimas décadas”, frisou em suas palavras finais.
O Reitor do ITA concluiu a cerimônia agradecendo ao Diretor-Geral e às demais autoridades pela presença e parabenizou a conquista dos alunos, destacando o papel da “gratidão”, nos gestos e palavras de cada um durante toda a solenidade. Como surpresa de encerramento, todos os presentes puderam assistir à exibição executada pela Esquadrilha da Fumaça da FAB.
Fonte: ITA
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A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), realizou, na terça-feira (14), o lançamento para viabilizar o ensaio em voo do 14-X S, primeiro demonstrador brasileiro da tecnologia hipersônica aspirada, conhecida pela sigla em inglês scramjet, por meio da Operação Cruzeiro. O ensaio faz parte do desenvolvimento do Projeto PropHiper, Projeto Propulsão Hipersônica 14-X, um dos Projetos Estratégicos da FAB e coordenado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
O 14-X S foi acelerado a uma velocidade próxima a Mach 6 (seis vezes a velocidade do som), a mais de 30 km de altitude, por meio de um Veículo Acelerador Hipersônico (VAH). Após a realização do ensaio, o conjunto seguiu a trajetória prevista, atingindo o apogeu em 160 Km, percorrendo um total de 200 km de distância, até seu impacto numa área segura no Oceano Atlântico.
Além do CLA, o Centro de Lançamento de Barreira do Inferno (CLBI) atuou como Estação Remota de Rastreamento. Com esse primeiro ensaio, o Brasil ingressa, de maneira definitiva, no seleto grupo de nações que detém o conhecimento técnico e os meios para projetar, construir, lançar e rastrear um sistema hipersônico aspirado.
O Projeto PropHiper teve início em 2006, e visou capacitar o Brasil na área estratégica e prioritária da hipersônica, em atendimento à Estratégia Nacional de Defesa (END), por meio da operação em voo de um sistema com propulsão hipersônica aspirada (tecnologia de propulsão scramjet). Para cumprir seus objetivos, o projeto foi dividido em quatro grandes metas, associadas, respectivamente, aos ensaios em voo dos demonstradores de tecnologia designados como:
I. 14-XS: demonstração em voo ascendente balístico da combustão supersônica;
II. 14-XSP: demonstração em voo ascendente balístico da propulsão hipersônica aspirada;
III. 14-XW: demonstração em voo planado (sem propulsão) de um veículo hipersônico controlável e manobrável com sistemas de guiamento, navegação e controle (GNC), emprego de materiais avançados, durante o voo hipersônico na estratosfera; e
IV. 14-XWP: demonstração em voo autônomo de um veículo hipersônico controlável e manobrável com propulsão hipersônica aspirada ativa.
Até o presente momento foram capacitados recursos humanos, construídos laboratórios e túneis de vento hipersônico (únicos na América Latina), além da realização de diversos ensaios em laboratório. O Nível de Maturidade Tecnológica da tecnologia de propulsão scramjet nacional é atualmente TRL 6, significando que a tecnologia constitui um protótipo totalmente funcional, sendo qualificado e aceito para operação em ambiente relevante, ou seja, fora do ambiente laboratorial. Após a Operação Cruzeiro, a tecnologia de propulsão hipersônica avançará para o TRL 7, com a comprovação e demonstração de seu funcionamento em ambiente relevante (voo atmosférico).
De acordo com o Coordenador Geral da Operação, Coronel Aviador Eduardo Viegas Dalle Lucca a realização da Operação Cruzeiro permitiu ao País dar um salto qualitativo no domínio da tecnologia hipersônica aspirada. Ressaltou, ainda, o ineditismo de lançar uma carga útil tecnológica nacional, empregando um veículo totalmente idealizado e fabricado no Brasil e usando a infraestrutura e meios operacionais dos nossos centros de lançamento. "A sinergia dos vários atores evidenciou a capacidade do DCTA de realizar um ensaio em voo desse nível de complexidade. Além disso, deixamos uma equipe qualificada e preparada para os novos desafios", destacou o Coordenador Geral.
“O Centro de Lançamento de Alcântara ao receber uma operação de grande porte como a Cruzeiro se habilita cada vez mais para receber as empresas estrangeiras e consolidar a capacidade operacional do Brasil no segmento solo do Programa Espacial Brasileiro”, afirma o Coronel Aviador Marcello Corrêa de Souza, Diretor do Centro de Lançamento de Alcântara.
Para o Diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Coronel Engenheiro Fábio Andrade de Almeida, "testar tecnologias hipersônicas em condições reais de voo é o auge das pesquisas que são desenvolvidas no IEAv. Sistemas inerciais e sensores de imageamento concebidos no laboratório do Instituto já realizaram ensaios em voo bem sucedidos em aeronaves e veículos suborbitais. Na Operação Cruzeiro, testamos um motor aeronáutico em voo hipersônico utilizando o hidrogênio como combustível, algo inédito na aviação nacional".
O Diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Brigadeiro do Ar César Augusto O'Donnell Alván, ressaltou que o desenvolvimento do Veículo Acelerador Hipersônico pelo IAE, para viabilizar o lançamento do 14-X S, demonstrou que as tecnologias espaciais dominadas pela FAB são pilares indispensáveis para a inserção do Brasil em novos projetos espaciais. E demonstrou, mais uma vez, a capacidade da FAB em superar desafios de grande complexidade tecnológica.
Clique aqui e assista ao vídeo sobre o lançamento.
Fonte: DCTA
Fotos: DCTA
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A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Organização Militar responsável pelo lançamento e rastreio de veículos aeroespaciais, realizou nessa sexta-feira (10/12), em Alcântara (MA), a entrega de cerca de uma tonelada e meia de alimentos para a agrovila Peru, comunidade criada na década de 80 para famílias que foram realocadas para criação do CLA.
Os alimentos não perecíveis foram arrecadados por iniciativa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) durante o Concerto Sinfônico da Banda de música do DCTA. A ação, que faz parte da campanha do “14-Bis ao 14-X”, contou com a parceria da empresa ORBITAL e com o apoio da Associação Desportiva Classista EMBRAER, beneficiando cerca de 170 famílias da comunidade. Além da entrega de cestas básicas, o Esquadrão de Saúde de Alcântara também realizou mais de 80 testes rápidos do COVID-19.
Na oportunidade, o Diretor do CLA, Coronel Aviador Marcello Correa de Souza, enfatizou a importância e o papel que as comunidades têm para o Programa Espacial Brasileiro e para Alcântara, ressaltando os laços fraternos entre o Centro e as agrovilas. “A distribuição dos alimentos foi de grande importância para a agrovila Peru. Todas as famílias saíram felizes com a ação realizada, principalmente pelo momento que estamos vivendo, que ainda é de pandemia. Além disso, é sempre importante fazer o teste do COVID-19, pois temos contato com muitas pessoas diariamente”, finalizou.
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Para encerrar o ano de 2021, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) realizou no último sábado (4) o Concerto de Natal 2021, na Praça Rosendo Mourão (Vila do DCTA), com a Banda de Música do DCTA.
O evento foi ao ar livre para toda família com diversas brincadeiras para as crianças, carrinhos de pipoca e algodão doce, contou com a presença da Cavalaria e o Canil do GSD-SJ e, também, a presença do bom velhinho, o Papai Noel. Além de assistirem a apresentação especial de Natal da Banda de Música.
O destaque do Concerto foi do pequeno Miguel Massa Zimmermann que, aos 03 anos, já se interessou em reger a Banda devido ao seu avô Sargento da Reserva Dirceu Fortes Massa que foi músico da 2ª turma da Banda de Música, do então CTA, de 1966 a 1987. Segundo o Sargento Massa, hoje com 89 anos, declarou que foi a maior alegria e orgulho ter ingressado na Força Aérea Brasileira. “Agradeço ao meu pai por ter me apresentado a música desde pequeno e ter me motivado a seguir na Força Aérea e na Banda de Música”, declarou o Sargento da Reserva Massa.
No dia do evento, o DCTA recebeu arrecadações de brinquedos novos ou conservados, itens de higiene pessoal, 1 kg de alimento não perecível e garrafas de 500 ml de água que serão entregues a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São José dos Campos (APAE) e do Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GACC).
Fonte: DCTA, por Tenente Isabele
Imagens: IAE, por Sargento Frutuoso
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Em 1906, Alberto Santos-Dumont encantou o mundo com o voo da primeira aeronave com propulsão ativa. Era o início de uma era em que motores se juntaram às superfícies aerodinâmicas, universalmente simbolizadas pelas asas, para moldar o voo na atmosfera tal como conhecemos hoje.
Ao longo de mais de um século de aviação, à medida que desafios surgiam, maior era a engenhosidade de cientistas e engenheiros. Foi assim que, dos pioneiros dispositivos a pistão (de combustão interna) aos modernos jatos (ou motores a reação), passando pelos recentes avanços dos motores elétricos, o sonho de todo aviador - ir mais rápido, mais longe e mais alto - foi sendo atendido pelo desenvolvimento de novos motores.Mesmo para as mais incríveis máquinas, no entanto, a natureza sempre foi implacável com seus limites. Ir mais rápido significava transpor a barreira do arrasto; mais alto, o limite do oxigênio, essencial para a queima dos combustíveis; mais longe, o desafio de aeronaves mais leves.
O que parecia ser o fim da linha, contudo, tornou-se um novo ponto de partida com o surgimento, a partir do pós-guerra, da Hipersônica Aspirada, área do conhecimento responsável pelo desenvolvimento de motores e aeronaves capazes de operar em velocidades acima de Mach 5 (mais rápido), além do limite de 10 km de altitude (mais alto) e com o aproveitamento do oxigênio atmosférico, sem necessidade de embarcá-lo (mais longe). E, a exemplo de Santos-Dumont, uma vez mais o Brasil é um dos protagonistas dessa história, cujo enredo pode ser acompanhado, diariamente, nas páginas e sites da mídia nacional e internacional.
Desde meados da década de 1990, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), organização militar de natureza técnico-científica pertencente ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), com sede em São José dos Campos (SP), mantém pesquisas ativas na área de tecnologias hipersônicas aspiradas.
Em 2008, como maneira de coordenar e consolidar os esforços, foi criado o Projeto de Propulsão Hipersônica 14-X, PropHiper, cuja missão consiste em desenvolver uma plataforma de demonstração de duas tecnologias críticas para o domínio da Hipersônica Aspirada: o motor do tipo scramjet e a superfície aerodinâmica waverider. Como resultado, o veículo integrado scramjet-waverider será capaz de atingir dez vezes a velocidade do som, cerca de 12 mil quilômetros por hora, a 30 quilômetros de altitude, posicionando o Brasil ao lado de nações como Estados Unidos, Japão, Austrália, Rússia, França e China, que igualmente dispõem de pesquisas e desenvolvimentos na área.Para atingir seu objetivo, o Projeto PropHiper foi dividido em quatro grandes etapas, que correspondem aos ensaios em voo dos principais subsistemas do veículo integrado, denominado 14-X W. Em cada ensaio, a gerência do Projeto estabeleceu a utilização de Demonstradores de Tecnologia, artefatos construídos especificamente para a demonstração do funcionamento dos subsistemas durante o voo hipersônico.
A primeira entrega corresponde à realização da Operação Cruzeiro, em que a plataforma de demonstração do motor hipersônico aspirado, batizada de 14-X S, será levada até sua condição de partida, a cerca de 7.500 km/h na estratosfera terrestre, por um Veículo Acelerador Hipersônico (VAH), baseado no foguete de sondagem VSB-30, o 32º da série, construído pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).A construção do 14-X S se deu pela contratação da Orbital Engenharia, empresa nacional com vasta experiência em projetos do setor aeroespacial, ao passo que suas inspeções e ensaios de qualificação e de aceitação para o ensaio em voo foram conduzidos por meio de parcerias com o IAE, e com o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).
Completando o esforço conjunto em prol da Operação Cruzeiro, o 14-X S será lançado a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) que, além de dispor de infraestrutura única para lançamento e rastreamento, apresenta naturalmente uma localização privilegiada, capaz de oferecer um vasto “corredor de voo”, sobre o Oceano Atlântico. Ainda em apoio à Operação, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) será utilizado como uma estação remota para rastreio redundante da trajetória. Assim, a Operação Cruzeiro fecha um ciclo de pouco mais de uma década de esforços sistemáticos no estabelecimento das bases para o desenvolvimento de tecnologias hipersônicas, ao mesmo tempo em que dá início a um novo ciclo inédito da hipersônica aspirada em solo nacional.
Fonte: IEAv
Fotos: DCTA / IEAv
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O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) realizou, na última segunda-feira (06), a Cerimônia de Passagem de Cargo de Diretor do Coronel Aviador Bruno Cesar Janhsen ao Coronel Aviador Erivando Pereira Souza. A solenidade, realizada em Natal (RN), foi presidida pelo Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara.
Estiveram presentes, ainda, na transmissão de cargo o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Sérgio Roberto de Almeida, o Comandante do Terceiro Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, o Presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Augusto Teixeira de Moura, Ex-Diretores do CLBI, entre outras autoridades civis e militares.Durante seu discurso de despedida, o Coronel Jahnsen agradeceu ao apoio prestado pelo efetivo do Centro e ao DCTA pela confiança em tê-lo no cargo. “Minha eterna gratidão ao DCTA por essa indicação e pelo apoio irrestrito, e à Força Aérea Brasileira pelo cargo a mim confiado. Até agora, foi a missão mais prazerosa que recebi”, ressaltou.
O Diretor-Geral do DCTA, Tenente-Brigadeiro Potiguara reconheceu o trabalho realizado pelo Coronel Janhsen nos últimos dois anos e desejou sorte ao Diretor substituto em sua nova jornada à frente da gestão do CLBI. “A Direção-Geral do DCTA reitera a total confiança em sua lealdade e competência profissional, e estará sempre ao seu lado como suporte para o cumprimento de missão que ora lhe é outorgada”, concluiu.
Novo DiretorO Coronel Erivando é natural da cidade de Macapá, Estado do amapá e ingressou na Academia da Força Aérea (AFA) em 1995, sendo promovido ao atual posto em 31 de agosto de 2020. Fez todos os cursos de carreira, além do curso de Comando e Estado-Maior na Air University, Maxwell Air Force Base, Montgomery-Alabama-USA.
Possui os cursos operacionais: Curso de Tática Aérea, Curso da Aviação de Ataque, Curso Básico de Guerra Eletrônica, Curso de Padronização de Instrutores de Voo, dentre outros. Entre os principais cargos exercidos estão o de Comandante do 1º/7º Grupo de Aviação, Chefe da Seção de Coordenação de Projetos do Comando-Geral do Ar (COMGAR), Coordenador da Implantação do Programa Forças no Esporte (PROFESP) na Base Aérea de Salvador e o mais recente Chefe da Divisão de Inteligência e Chefe da Divisão de Coordenação do Centro Conjunto Operacional de Inteligência (CCOI) do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). Possui mais de 3.000 horas de voo em diversas aeronaves.
Sobre o CLBIO Centro de Lançamento da Barreira do Inferno é uma organização do Comando da Aeronáutica (COMAER) subordinada ao DCTA. Fundado em 1965, o CLBI tem por finalidade executar e prestar apoio às atividades de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais e de coleta e processamento de dados de suas cargas úteis, bem como executar os testes, experimentos, pesquisa básica ou aplicada, a fim de contribuir para o desenvolvimento de soluções científico-tecnológicas no campo do Poder Aeroespacial.
Fonte: DCTA, por Tenente Larissa Santos
Fotos: CLBI
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A história da aviação no Brasil vai além dos 80 anos de existência da Força Aérea Brasileira (FAB). A indústria aeronáutica nacional não existiria sem a contribuição de pessoas dedicadas à ciência e ao desenvolvimento do país ao longo de toda a história nacional, como o “Pai da Aviação”, o célebre Alberto Santos Dumont.
O jovem sonhador alçou novos voos quando em 23 de outubro de 1906 uma aeronave, denominada 14-Bis, decolou no Campo de Bagatelle (França), mantendo-se a três metros de altura ao longo de 60 metros. Era o marco da aviação, e em sua homenagem a tal feito o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira é comemorado em 23 de outubro de cada ano.
Outro visionário, foi Casimiro Montenegro Filho, que assumiu a missão de fundar as bases de uma indústria de aviação nacional. Nascia, assim, o Centro Técnico de Aeronáutica (CTA) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a primeira escola de formação de engenheiros aeronáuticos do Brasil, no ano de 1950, na cidade de São José dos Campos - SP.
Vale destacar ainda, o grande marco da época, o projeto do primeiro avião comercial desenvolvido no Brasil, liderado pelo Major Aviador da Força Aérea Brasileira (FAB), formado no ITA (turma 1962), Ozires Silva: a construção da aeronave Bandeirante, que realizou o seu voo inaugural em 22 de outubro de 1968. A aeronave estimulou a aviação regional no país e deu início à Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) que viria a se tornar a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo.
A criação do CTA, atual Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), trouxe oportunidades, desafios e um futuro promissor para o desenvolvimento tecnológico do país. Em seus mais de 50 anos de história, o DCTA tem como missão “Desenvolver soluções científico-tecnológicas no campo do Poder Aeroespacial, a fim de contribuir para a manutenção da soberania do espaço aéreo e a integração nacional”, fator que impulsiona essa Organização Militar a buscar meios de contribuir com o desenvolvimento da sociedade e domínio do setor aeroespacial.
Para o Diretor-Geral do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara, o DCTA apresenta em toda sua história grandes feitos que tem impulsionado ainda mais o desenvolvimento tecnológico. “O DCTA é responsável por entregas de grande relevância para a sociedade, isso remonta desde invenções como a urna eletrônica e o motor a álcool que foram concebidas aqui. A produção de tecnologia e inovação é o que move o Departamento e todo conhecimento empregado em projetos revela a maturidade e entrosamento sinérgico entre pesquisa pura e aplicada” afirma.
A Era Espacial Brasileira
A FAB deu início a seus trabalhos e estudos no setor Espacial no ano de 1963 com a criação do atual Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Natal, no Rio Grande do Norte. Mais tarde com a criação do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) foi desenvolvido a família Sonda de foguetes de sondagem que permitiu ao Brasil o domínio das tecnologias necessárias para o projeto de um Veículo Lançador de Satélites (VLS), que incitou a construção de um novo centro de lançamento de foguetes, uma vez que o CLBI não comportava o lançamento de um foguete do porte do VLS.
Nascia assim, em 1983, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) com o objetivo de realizar lançamentos e rastreio de engenhos aeroespaciais, ampliando a capacidade científica, tecnológica e de inovação da FAB.
Vale ressaltar, que as tecnologias do setor espacial costumam ser de conhecimento restrito aos países detentores desse conhecimento. Nesse sentido, o domínio de tecnologia no setor aeroespacial proporciona a autonomia aos países que a detém, evidenciando a capacidade da indústria nacional, além da grande visibilidade e projeção de poder no cenário mundial.
A Era Hipersônica Brasileira
O setor aeroespacial, desde o último século, busca evoluir e encontrar alternativas para tornar o voo hipersônico uma realidade. Nesse sentido, o DCTA tem em seu escopo um projeto que visa demonstrar toda a capacidade do Brasil em desenvolver um motor hipersônico e foguetes para a realização de experimentos aeroespaciais. O projeto de Propulsão Hipersônica 14-X (PropHiper), desenvolvido pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv) desde 2008, visa capacitar o Brasil na área estratégica e prioritária da hipersônica por meio da operação em voo de um sistema com propulsão hipersônica aspirada (tecnologia Scramjet).
O projeto 14-X, foi batizado desta forma em homenagem ao centenário, em 2006, do primeiro voo do 14-Bis. Fato que contribui para o surgimento da Campanha atual do “14-Bis ao 14-X”, que foi pensada por demonstrar a concepção de duas grandes ideias. Nesse sentido, o 14-X evidencia a mesma importância que o 14-Bis teve na época para Santos Dumont, um homem que rompeu as barreiras da tecnologia e inovação, fato que o projeto hipersônico visa alcançar na atualidade, uma vez que iremos utilizar um veículo espacial para habilitar uma tecnologia Aeronáutica.
Na próxima reportagem do especial “Do 14-Bis ao 14-X”, confira como o Projeto vem sendo desenvolvido e como será a Operação Cruzeiro, na qual ocorrerá o lançamento Veículo Acelerador Hipersônico (VAH) equipado com a carga útil do IEAv, denominada 14-XS, com a finalidade de proporcionar as condições necessárias para o ensaio em voo do Demonstrador de Tecnologia Scramjet (DTS), a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e utilizando o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) como Estação Remota.
Fonte: DCTA, por Tenente Larissa Santos
Fotos: DCTA
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